11/22/2015
O HOSPEDE DO CONTENTOR
Vestindo Calça de ganga, toda suja e já coçada, impassível ele não se zanga e já nem se alegra com nada. Teria talvez noventa anos, mais cinco ou menos dez, da vida os desencantos! e uns sapatos velhos nos pés! A camisola já sem cor, esburacada e surrada, remexia o contentor, em busca de quase nada. Procurando qualquer resto, roupa velha fruta ou pão, ia metendo no cesto com gestos de satisfação... Um sujeito bem vestido, que de lado fugia ao odor do contentor, disse num gesto ofendido (larga o lixo meu estupor). Foi então, que levei as mãos ao meu rosto e senti um nó na garganta; chorei tanto de desgosto! Chorava como quem canta!! Vós leitores, que sois filhos irmãos e pais e se comungais da minha dor e com desprezo hospedais, o nosso irmão num contentor!!
MÁRIO DE OLIVEIRA
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