12/27/2015

                                                     PORTUGAL DESGOVERNADO

É frequente ouvirmos na Comunicação Social, que cada povo tem o governo que merece. Permitam-me que discorde deste princípio. Eu penso que os portugueses nunca tiveram governos à altura dos acontecimentos.
Antes de "estalar a guerra em África", os Movimentos de Libertação na altura organizados, a ( FRELIMO, o MPLA e o PAIGC ) De Moçambique, Angola da Guiné e Cabo Verde respectivamente, tentaram pela via do diálogo, uma auto-determinação que lhes foi sempre negada. Essa falta de bom senso, que deve ser vista como uma falha de governação, deu origem aquilo que todos nós conhecemos! Uma guerra de guerrilha que se arrastou durante vários anos, mais de uma década, que desgastou a nossa economia, tendo ainda resultado desse conflito; centenas de mortes em combate e fora dele em acidentes diversos, e ainda milhares de deficientes que ainda hoje sofrem, eles e as suas famílias.
Mas voltemos um pouco atrás à governação de António Oliveira Salazar. Este homem natural de Santa Comba Dão, dotado de uma formação superior em Economia, governou Portugal com "punho de ferro", tendo livrado o nosso povo da 2ª guerra Mundial, não nos livrando da fome. Foi assim que Salazar conseguiu uma enorme fortuna, vendendo aos beligerantes, tantos aos aliados como Alemães, milhares de toneladas de cereais e conservas, para alimentar os exércitos.
Este modelo de governação posto em prática por Oliveira Salazar, cuja dualidade de interesses, deu origem à especulação económica e financeira, tendo desta maneira enchido os cofres do Estado, com dezenas de toneladas de barras de ouro.
A partir da morte de Salazar e do afastamento do poder do Professor Marcelo Caetano, pelo golpe de Estado do dia 25 de Abril de 1974, abriu-se um novo ciclo da vida Nacional. A tão falada Revolução dos cravos, viria a dar origem à perseguição de alguns poderosos que não vou aqui mencionar por serem bastantes, mas lembro-me do Grupo Champalimout, dos Soutto Mayor e outros. Porém, este novo ciclo trouxe os novos ricos, entres eles; Belmiro de Azevedo, Soares da Costa, Grupo Amorim e outros. Supostamente estes grandes Grupos Económicos arbitrados pelo Estado, seriam à partida geradores de riqueza, garantindo postos de trabalho. Como se explica então que o ouro amealhado durante 29 anos, tenha sido literalmente dizimado, numa sucessão de governos nestes últimos 41 anos? Pode mesmo afirmar-se sem margem de erro, que as últimas quatro décadas de governação foram de gestão danosa.
As más governações continuaram, até mesmo nas negociações das quotas, a quando da nossa entrada
no Mercado Comum Europeu. Aceitamos tudo aquilo que os parceiros da Europa nos impuseram, numa atitude de subserviência. Aceitamos as indústrias que eles não queriam nos seus países, nomeadamente as mais poluentes. Como sendo as de produtos químicos e até a incenaração de produtos hospitalares e farmacêuticos e outros resíduos perigosos. As Industrias da pasta de papel, localizadas em vários pontos do país, assim como as indústrias de curtumes de peles. Aceitamos também o plantio de milhões de hectares de eucaliptos, mesmo sabendo que essa famigerada acácia "bebe diariamente" centenas de milhares de hectolitros de agua dos subsolos, que vão aos poucos acabando com os nossos lençóis freáticos. Recebemos da Comunidade Europeia, fundos na ordem dos 50 mil milhões de euros desde o dia 12 de Junho de 1985 em que Mário Soares assinou o tratado de adesão juntamente com a Espanha. Tem sido tanto o dinheiro a entrar no país, que os sucessivos governos, não têm conseguido fazer projectos atempadamente, sendo esses fundos devolvidos por não terem sido aplicados.
O P.O.P.H. ao serviço da Educação e Formação Profissional, pôs em marcha em Portugal, um vasto conjunto de Cursos Profissionais, que na prática poucos resultados o país tirou. Formaram-se nas nossas Universidades e outras Escolas de formação profissional, milhares de jovens que depois de formados, foram para vários países da Europa. Afinal nós recebemos os subsídios, mas eles voltaram ao lugar de origem, em forma de mão de obra  especializada. Com a agravante que, grande parte desses jovens, irão fixar-se nesses países e ali constituirão família e raízes. Conclusão e resumo, Portugal não perdeu apenas o capital económico e financeiro, como perdeu também o capital humano. Os médicos, os enfermeiros, os técnicos superiores de farmácia, os engenheiros mecânicos e electrotécnicos. Enfim, uma quantidade imensa de quadros técnicos, que não fomos capazes de segurar no nosso país, por culpa do nosso colapso económico e financeiro. Tudo isto devido a muito má governação. Construíram-se em  Portugal muitos Estádios de futebol, que agora estão "por aí às moscas" e que custaram milhões e milhões de euros.
Eu pergunto, onde estão as tão desejadas Centrais de Biomassa? Essas unidades Industriais transformadoras de resíduos sólidos? Onde estão as Centrais Foto voltaicas geradoras de energia eléctrica que só conheço uma em Amarleja no Alentejo?
Na verdade vos digo; Não temos políticos à altura deste povo laborioso. Os Portugueses são bons trabalhadores e preferidos em todo o lado onde chegam.
Em meia dúzia de anos faliram em Portugal dois Bancos importantes. Os governos e o Banco de Portugal," põem-se a assobiar para o lado". De repente os contribuintes portugueses, acordam de manhã com mais uma dívida que nunca contraíram. O meu filho, que tem apenas seis anos, está a ficar endividado e vai ter de pagar essa dívida que nunca fez. Não dá para entender, quando os Bancos têm lucros, não chamam o povo para a distribuição dos dividendos. Afinal onde está o dinheiro do BES e do BANIF? Oiço falar em 12 mil milhões de euros. Os nossos governantes não vêm que este estado de coisas vai pondo o nosso país na ruína?
Com estas políticas a continuarem, Portugal está a ser empurrado para um "buraco"negro. No futuro iremos assistir inevitavelmente ao colapso dessa grande "máquina" chamada Segurança Social. Se entretanto não for incentivada a natalidade, a criação de novos postos de trabalho, baseados no incentivo à criação de novas pequenas e médias Empresas, os nossos jovens continuarão a procurar vida noutras paragens da Europa.
Além disso, os nossos governantes continuam a fazer leis "em cima do joelho". Fecham Escolas nos meios rurais, "empurrando" as pessoas para os meios urbanos. Porque ao fecharem Escolas com menos de vinte alunos, estão a" empurra-los" a eles e às famílias para centros urbanos mais populosos.
Para terminar vou-me referir agora à Barragem do Alqueva, que seguramente é uma das maiores da Europa, senão mesmo a maior. A sua construção teve por objectivo também a irrigação de todo o Alentejo a jusante da mesma. Pergunto eu, regar o quê? Tive conhecimento que neste último verão a agua do Alqueva serviu para regar eucaliptos.
Para terminar, porque já são 01h15 desta manhã do dia 28 de Dezembro, pergunto: Quando daqui a umas horas, nascer o primeiro bebé do ano de 2016, em quanto é que ele já vem endividado? Tenho dito, 

                                                                                                        MÁRIO DE OLIVEIRA

 

 

 

 

 

 

 



12/21/2015




                                       ENTRE OS POVOS NÃO HÁ CONTRADIÇÕES


Sinto muitas recordações de África, mais concretamente de Moçambique. Recordo-me essencialmente das muitas amizades que lá deixei. Da maneira humilde, como eu era tratado e respeitado.
Ainda me lembro bem, das centenas de partos que fui "obrigado a fazer" pela força das circunstancias. Por não haver ninguém especializado para o efeito. Embora eu não seja obstetra, mas eu fui chamado a acudir aquela gente. Após a Independência de Moçambique, as populações ao redor da nossa Empresa ficaram literalmente sem assistência médica e medicamentosa. Eu na ausência de médicos e enfermeiros, senti-me na obrigação de assistir e medicar milhares de mulheres, homens e crianças. Era de mim que os autóctones se socorriam, por não terem mais ninguém com capacidades a quem recorrer.
O que mais me sensibilizou naquelas gentes, foi o seu sentido de reconhecimento e de justiça! Eles traduziam esses sentimentos, fazendo a partilha. Partilhavam com gosto, humildade e prazer o pouco que tinham e gostavam que eu aceitasse o que me davam. Ofereciam-me pequenos animais, frutas regionais, citrinos e até cereais. Eu sempre aceitei, porque o prazer de dar, é sempre igual ao prazer de receber.
Poderei contar muitas estórias vividas na primeira pessoa. Estórias que por si só, dizem bem da riqueza daqueles Povos. Contarei apenas aqui um episódio que demonstrará bem, a bondade e a reciprocidade que eu recebia daquelas gentes: Certa noite, lembro-me como se fosse hoje. Era sábado. Como de costume fomos ao cinema no Pavilhão do Ferroviário, no pequeno burgo de Iapala,
que distava a cerca quarenta quilómetros de Nagiua a Povoação onde vivíamos e onde estava situada a nossa Empresa. Durante  a sessão de cinema, choveu torrencialmente, mais parecendo um dilúvio. Era o tempo das monções. Durante cerca de três horas, choveram dezenas de centímetros cúbicos por metro quadrado. Choveu tanto que todos os rios daquela zona transbordaram para as margens.
A cerca de um quilometro da nossa Empresa, portanto já a chegarmos de regresso a casa, constatamos que também a agua do Rio Nagiua, era tanta, que passava sobre a ponte, cujo tabuleiro era feito de travessas de madeira, do género das que eram aplicadas sob os carris dos caminhos de ferro. Porque eu não conseguia ver a ponte por causa de tanta agua que passava sobre ela, resolvi arriscar, orientando-me pela outra margem e pela estrada. Assim fui andando devagarinho, na esperança que todas as travessas do tabuleiro lá estivessem. Porém, tal não aconteceu. Quando chegado mais ou menos ao meio do dito tabuleiro, as rodas da frente caíram em falso ficando a viatura suspensa na blindagem, de tal maneira que tivemos de abrir as portas para a agua da enxurrada passar através dos lugares da frente.
Deixei então, porque assim me impuseram, serem aqueles homens a quem eu dera boleia e pagara múltiplas vezes as entradas para o cinema, a decidirem aquela situação deveras difícil e muito perigosa! Lembro-me que eles deram alguns gritos, na sua linguagem, em jeito de SOS. No espaço de cerca de quinze minutos apenas, juntaram-se várias centenas de populares, para me ajudarem. Para nos ajudarem, porque dentro daquela viatura que balançava devido à forte força das aguas, estavam também a minha esposa e os meus filhos.
Enquanto alguns homens foram rio abaixo na busca das travessas que tinham sido levadas pela agua, pondo-as no lugar, outros ao som de um canto ritmado, levantaram toda a frente da viatura que dali saiu salvando-nos de uma morte quase certa.
Esta é apenas uma estória exemplar que eu já contei inúmeras vezes, que irei continuar a contar, mas que já tinha prometido a mim próprio escrever. Hoje, talvez tocada pelo Espírito Natalício apetece-me enviar daqui um abraço a todos os Povos Africanos, especialmente aqueles que sofrem os horrores do racismo e da fome.
Aqui deixo o meu bem-haja às gentes Macuas, que sempre me respeitaram e estimaram. Ali a duzentos quilómetros de Nampula, vivi cerca de dezasseis anos, seis dos quais após a Independência de Moçambique. Em suma: para terminar direi apenas; (Estimei e fui estimado. Respeitei e fui respeitado!!) Tenho dito,

                                                                                     MÁRIO DE OLIVEIRA

12/18/2015




                                             DOIS HOMENS QUE UMA ESTÓRIA UNIU



Pelo relato que ouvi do próprio, ou seja na primeira pessoa, esta, é uma estória que ocorreu no verão de 1943, em plena segunda guerra Mundial.
Um jovem português, viajava de Inglaterra para a República Popular da China, mais concretamente da Cidade de Londres, para a Cidade de Xangai. Don Carlos da Costa Roque, assim se chamava o jovem jornalista fotográfico, ainda no começo da sua vida profissional. Costa Roque foi entre muitos o escolhido, para fazer a cobertura jornalística e fotográfica para a BBC de Londres. Viajou de avião até Pequim e depois continuou de comboio até Xangai.
A estória a que me vou reportar, reveste-se de um enorme paradigma e de um potencial imenso de humanismo e de um sentido enorme de Cidadania. Razão pela qual, não resisto a conta-la e a descreve-la tal qual ma descreveu Don Carlos da Costa Roque e passo a citar: Don Carlos no meio de "um mar de gente"na Estação Ferroviária de Pequim, entrou com dificuldade na carruagem nove daquele comboio que o iria levar a Xangai. Aquela carruagem estava a abarrotar. O barulho era ensurdecedor à mistura com os odores corporais, numa mescla de dialectos, de raças e de extractos sociais. Muitos populares, comerciantes, militares, políticos e outros. Prosseguindo, a narração, foi Costa Roque um dos protagonistas principais da referida estória, ao relacionar-se e fazendo mesmo amizade com um "Judeu" um dos passageiros companheiro de viagem de nome Abby, tambem ele viajava na carruagem nove com o mesmo destino, Xangai.
Após algumas horas de conversa, Abby terá prevenido o jovem jornalista português que tivesse muito cuidado com o dinheiro, se o levava consigo, já que naquele comboio, que ele tão bem conhecia de outras viagens, era habitual nele viajarem também muitos carteiristas. Don Carlos ficou algo receoso e  apreensivo, porque o dinheiro que levava consigo na algibeira, não lhe pertencia. Realmente Don Carlos, a determinada altura da viagem, pensando nas palavras de Abby, precaveu-se dos carteiristas, retirando os fósforos de uma enorme caixa, que naquele tempo era muito usada, pondo dentro dela um enorme maço de notas, que na totalidade ascendia a mais de 30.000 libras. Este dinheiro tinha-lhe sido entregue pela BBC, destinado às múltiplas despesas inerentes à sua viagem de trabalho, naquela deslocação que iria ter cerca de um mês de duração.
O calor intenso e a enorme humidade concentrada dentro daquela carruagem, onde as pessoas se acotovelavam umas às outras , deixava qualquer dos passageiros impacientes, nervosos e instáveis, tanto mais que o barulho era ensurdecedor!
Em determinado momento, o jovem jornalista Don Carlos, sacando de um charuto que tanto apreciava, meteu-o nos lábios, com gestos mecanizados próprios dos fumadores e de imediato apalpou os bolsos, pegando na caixa de fósforos, abanou-a e como esta ao ser agitada parecia estar vazia, projectou-a literalmente para fora do comboio, pela enorme janela sem vidros. Ainda caixa com dinheiro ia no ar, quando o jovem jornalista percebeu, já sem remédio, que tinha atirado fora pela janela daquele comboio, uma pequena fortuna. Pior que isso, foi o facto de ter ficado, sem uma única moeda no bolso para comprar um pão. Don Carlos da Costa Roque, encontrava-se agora na situação mais difícil da sua vida. Dentro daquele comboio barulhento, numa terra hostil sem conhecer ninguém, acabava de perder uma elevada quantia em dinheiro que ainda por cima não lhe pertencia!
Porque os homens também choram, Don Carlos chorou copiosamente, chorou agarrado aquela janela, daquele maldito comboio que cada vez se afastava mais, como que fugindo daquela paisagem que agora lhe parecia infernal! A angústia que dele se apoderou foi tanta, que debruçado sobre aquela janela, sabia bem que aqueles soluços, não tinham o poder de parar aquela composição. Os "gritos" lancinantes daquela locomotiva, misturavam-se com os soluços de Don Carlos, que perdera de forma estúpida vários meses do seu salário.
Passadas largas horas Don Carlos e Abby desembarcavam em Xangai. Foi então que o comerciante "Judeu" Sr. Abby se abeirou de Don Carlos e lhe perguntou qual a quantia que ele tinha perdido naquele seu acto irreflectido: Surpreendentemente, o abastado comerciante, Sr. Abby, abrindo a sua maleta, entregou as 30.000 libras ao jovem jornalista Don Carlos da Costa Roque, que nem queria acreditar em tão nobre e inesperada acção e naquilo que os seus olhos estavam agora a ver!
O jovem jornalista, agradeceu sensibilizado ao abastado comerciante "Judeu"que nunca mais encontrou na vida, mas de quem ficou amigo e grato para a vida inteira.
Muitas cartas escreveu a ao Sr. Abby, para a direcção que este lhe dera, mas nunca obteve qualquer resposta. Acabo de relatar na integra uma estória que uniu dois homens. Uma estória maravilhosa que um dia me foi contada pelo próprio Don Carlos, com as lágrimas a rolarem-lhe nas faces. Aqui deixo a estória que prometi reproduzir, um exemplo de vida, de dois homens oriundos de lugares diferentes do Universo, que Deus quis unir naquele dia pelos laços do amor Universal!!
Acabo de escrever uma estória verídica, passada na República Popular da China, entre um comerciante "Judeu"chamado Abby e um jovem português que se chamou Don Carlos da Costa Roque. Don Carlos viveu e leccionou na Cidade de Pombal, homem muito culto e poliglota de quem guardo muitas e boas recordações. Que a sua Alma descanse em Paz!!

                                                                                                      MÁRIO DE OLIVEIRA

12/15/2015




                                    RECORDAÇÕES DE D.CARLOS DA COSTA ROQUE



Era magro e franzino. Trajava com vulgaridade, com roupas simples e coçadas, não abdicando da velhinha boina de pala.
Entrava no Café da nossa Cidade, todos os dias. (Parece que estou a vê-lo, caminhando com dificuldade, junto ao Convento do Cardal, encostado à velha bengala que foi forçado a usar, depois das múltiplas agressões de que foi vítima, por radicais esquerdistas.) Quando ele passava e onde ele entrava, tudo ficava " impregnado de cultura."!
O que mais caracterizava a sua personalidade, ou melhor, o seu (carisma), era a venda preta que lhe tapava uma das vistas, resultado visível das agressões barbaras de que foi vítima e fazia lembrar por semelhança física, o grande poeta Luís Vaz de Camões.
Don Carlos, assim era a sua alcunha, que perdurará pelos tempos, assim eu acredito, porque os grandes homens nunca morrem. Amado por muitos, odiado por outros, acabou por morrer quase à mingua, habitando num espaço exíguo num Bairro Social da nossa Cidade, rodeado de enciclopédias e rimas de livros de grande valor literário. Don Carlos enquanto viveu, era amigo do seu amigo e meu amigo também! Recordo hoje com saudade, as muitas horas de frutuosas conversas, cujos conteúdos eram riquíssimos. Ele era economicamente muito pobre, mas dotado de uma riqueza intrínseca a outros níveis, salientando a parte cultural que era de uma riqueza incalculável. Poliglota, falava e escrevia fluentemente inglês, francês, alemão, russo e chinês, (mandarim). Tinha formação em jornalismo, tendo sido correspondente da BBC em Londres, fez muitas coberturas jornalísticas na 2ª guerra Mundial em diversos países abrangidos pelo conflito de então.
Don Carlos, foi ainda Secretário na Embaixada de Portugal em Londres, Inglaterra, no Governo de António Oliveira Salazar.
Em muitas coisas os nossos gostos eram parecidos, os nossos pensamentos eram quase iguais, apenas nos distanciávamos nas questões políticas, ou seja nas convicções. Don Carlos tinha um forte sentido crítico, era grande admirador dos meus escritos, nomeadamente das minhas Obras em poesia. A nossa maior incompatibilidade residia no facto dele ser um grande saudosista de Salazar, a quem serviu com todo o zelo e lealdade. Fora isso, recordar-me-ei para sempre, da sua postura de homem sério, de fortes convicções e avalizado de grandes valores humanos. Autor de várias obras literárias, ou artigos de opinião e fotografia, editados nos Jornais de Pombal, merecia no meu entender, um reconhecimento póstumo da nossa Autarquia.
Don Carlos, desapareceu de entre nós, porque o seu corpo acabou por claudicar, devido ao desgaste que a vida lhe causou, assim como acontece com todos nós humanos, mas ele ficará para sempre na nossa lembrança, digo na lembrança de muitos e muitos pombalenses.
Ficará para a posteridade, a figura franzina de boina de pala, pala preta sobre um olho, bengala e livros sempre debaixo do braço. Finalizo dizendo; que Don Carlos sucumbiu ao peso dos anos, mas o seu Espírito está e estará sempre vivo na minha memória e de uma grande maioria dos pombalenses. Tenho dito!

                                                                                                 MÁRIO DE OLIVEIRA

12/12/2015

                                                                  

                                                   O HOMEM E A ESPIRITUALIDADE



Há muitos e muitos anos, diria mesmo, há muitos séculos atrás, os homens começaram a perceber, serem eles, os inimigos de si próprios. Foi assim que sentiram a necessidade de se unirem, criando e formando religiões. Assim, agremiando-se em torno de uma determinada religião, supostamente era mais fácil humanizar o seu semelhante que praticava crimes bárbaros incluindo a prática do canibalismo.
Foi assim desta forma que começaram a unir-se, criando e formando as mais diversas religiões. Ou seja, agremiando-se de forma a humanizar as pessoas, que eram autênticos buçais, praticando mesmo o canibalismo. Foi assim desta maneira que edificaram doutrinas e filosofias de grupos, tendentes a protegerem-se de inimigos visíveis ou invisíveis. Os homens criaram também, ídolos divindades e símbolos, ao ponto de mentalizarem e doutrinarem seguidores a oferecerem as suas próprias vidas, em troca de valores meramente abstractos e fundamentalistas.
Deus, que é um Ser de Luz, um Ser bom e misericordioso, tolerante, sempre pronto a perdoar-nos, quando criou o Universo, ou seja a Natureza, Ele disse ao Homem: (Dou-te o livre arbítrio) ou seja a Liberdade total e absoluta. Para fazer ou não fazer! É assim que o Homem ao realizar obras construtivas, dentro dos parâmetros Divinos, está a fazer a grande (Caminhada ao encontro de Deus!)
A Bíblia Sagrada, deve ser a (Pedra basilar) que, deve sempre nortear o Ser Humano! Os governos das Nações devem instituir nas escolas o conhecimento da Bíblia Sagrada, como a "ferramenta das ferramentas", sendo Ela, tanto ou mais importante que a matemática ou outra disciplina qualquer.
O Homem precisa urgentemente de ser orientado para valores Espirituais, pelo que deve procurar as suas ( verdadeiras raízes) baseando a sua postura no Planeta, na Fé inquebrável em Deus Pai Filho e Espírito Santo! Infelizmente, muitos homens há, que desconhecem ou parece desconhecerem estes valores de que falo e vão semeando todos os dias a discórdia e a violência em nome de um Deus que é só deles! Basta olhar para a actualidade, ou para um passado ainda recente, para as guerras fratricidas entre religiões, que levam e têm levado a desgraça e a morte meramente gratuita a milhares e milhares de Seres Humanos.
É neste contexto que eu veementemente acredito e afirmo: ( O Ser Humano está a precisar de ter Fé!)
Fé em Deus Uno e indivisível e não de religiões. É no mínimo caricato e igoista, os homens matarem-se estupidamente, usando as religiões, para conseguirem abusivamente certos intentos inconfessáveis. Os políticos, chegam ao ponto de mandarem benzer os exércitos, como que homologando-os para de seguida irem matar inocentes.
Eu penso que, se não houver muito rapidamente uma outra dinâmica Social, com outros valores, onde a Fé seja a principal motivação, baseada no Livro dos Livros, a Bíblia Sagrada, o Homem está cada vez mais a afastar-se dos dsignios Divinos, ou seja, cada vez mais longe de Deus!!
Certo dia em África, um grupo de homens crentes em Deus, acabados de sair de uma reunião política, onde lhes tinham negado a existência de Deus, perguntaram-me se Ele existia realmente! Tive de imediato uma resposta inspirada, que vou citar: (Deus existe para quem acredita Nele!!)


                                                                                                  MÁRIO DE OLIVEIRA
                                               

                                                               O TRABALHO


Há quem afirme que o trabalho dignifica o Homem. Diz-se também, que trabalhar significa agir de acordo com a dinâmica Universal, ou seja; tudo se movimenta, se interliga, servindo e servindo-se, desde as Estrelas aos Átomos. Há mesmo quem defenda, que não se deve lamentar, o trabalho que ainda há para fazer e sim realiza-lo, na maior perfeição possível, dando tudo de si próprio, tanto na quantidade como na qualidade.
Segundo alguns filósofos, esse comportamento atrai os benefícios da vida, trazendo ao Homem saúde bem-estar e felicidade. Porém outros há que pensam e afirmam mesmo, ser (o trabalho uma forma de castigo, tendo o Homem nascido para ser feliz.) Eu porém penso, que devemos cumprir fielmente, com as nossas obrigações, sejam elas de carácter laboral, ou contratual e até nas meras relações inter- pessoais. Só assim nesta conjugação de esforços e de valores, estaremos perfeitamente sintonizados com a Natureza no seu todo! Numa visão coerente, de acordo com os valores convencionados; quem trabalha serve e é servido, conquistando assim legitimamente a paz de consciência!!

                                                                                                           MÁRIO DE OLIVEIRA

11/29/2015






                                                       O SÉCULO XXI E A TERRA




Todos os dias, ao olhar os ecrans da televisão, eu fico espantado e até revoltado, com o que vejo nos telejornais. Ressaltam a (olho nu) , a incompreensão Humana, as brutalidades , as barbáries e as guerras. Vêem-se sofrimentos vários, violações torturas e massacres. Muitas injustiças e lamentos!!
Tudo isto resulta da culpa, dos denominados:( interesses vitais ) São os poderosos Senhores da Terra, que vão lucrando da guerra, disfarçando no dia a dia, as práticas da poligamia, olhando com candura, os decotes das suas amantes, onde brilham o ouro e os diamantes! Fomentam-se os mais variados conflitos, vão sufocando revoltas e gritos e vão controlando os preços do crude, fazendo tudo o que podem, para que a situação não mude! Por aí andam bem nutridos, com bons carros a passear e são eles que põem os pobres a mendigar e a rezar. São eles que ostentam belos Iates de luxo, (Senhores das drogas e das orgias) Comilões do caviar, da lagosta e do bom camarão. Também eles assistem aos programas de televisão! Eles assistem, rindo-se das suas vítimas; moribundos ou trucidados, resultado dos atentados e para as crianças subnutridas de ventres inchados. Estes desfavorecidos que não têm dinheiro para comprar camarão, anseiam apenas por uma côdea de pão!!

                                                                                                        MÁRIO DE OLIVEIRA





                                             A GUERRA E O COMPUTADOR




Nestes tempos conflituosos, que agora estão passando, tudo é contabilizado e diz-se até que é moderno, "este inferno" (civilizado)! Pergunta-se ao computador e ele responde sem amor, quantas vidas são precisas para trocar por um diamante e a resposta vem num instante; Ouvem-se gritos de terror, consulto o meu computador, ele informa-me da dor e dos bombardeamentos na Síria e um pouco por toda a Arábia! Cai a metralha do Céu, vê-se um inferno cinzento, ouvem-se ais de sofrimento, são os mísseis a cair e os inocentes a morrer. Há chamas, está tudo a arder e sofre-se na Palestina, na Líbia e em Paris é a tristeza no dia a dia e morre-se na maior agonia!! Aviões e helicópteros bem armados, levantam voo dos Porta-Aviões, voando a baixa altitude... Já subiu o preço do Crude no mercado internacional! Oiço agora um barulho infernal, vindo do meu computador, que cansado de tanto mal, me diz bem alto a chorar: Quando o petróleo acabar...E toda aquela gente morrer...Que irei eu então fazer?...Que vou eu contabilizar?

                                                                                                 MÁRIO DE OLIVEIRA







                                                               A EXISTENCIA




De quem é aquele Sol que a todos alumia? Quem engendrou o Ciclo da noite e do dia? Porque existe o Mundo tão belo e fecundo? Porque existe o Homem e a seu lado a mulher e porque não muda tudo quando o Homem quer? Quem foi que eu venci para subir a este pódium? Mereci o amor! Ou venci com ódio?

                                                                                                         MÁRIO DE OLIVEIRA










                                                           A MISÉRIA




Beijo com o meu olhar os pobres, dou-lhes pão e a minha voz, são algibeiras pobres, mas Almas nobres, muito angustiadas e tão sós! Há muitos "presos em liberdade", mesmo dentro das prisões, há presos contra a vontade no meio das multidões! Crianças choram sem pão e há lágrimas para as alimentar, são as lágrimas da razão, em gestos de acariciar! Porque um vivo pode estar morto, sem razão já não há vida. Mundo injusto que estás tão torto, onde a vitória é sofrida!

                                                                                                MÁRIO DE OLIVEIRA







                                                                MOÇAMBIQUE




Antes de chegarmos as manhãs eram lindas. As árvores eram verdes. As crianças sorriam e os velhos descansavam! Logo que chegamos, as manhãs ficaram sujas de fumaça! As árvores ficaram queimadas ou secaram. As crianças fugiram! As preocupações nasceram e os velhos morreram! Depois da nossa partida. As manhãs passaram a respirar (esperança.) As árvores que ficaram, estão agora um pouco mais viçosas. As crianças porém, continuam subnutridas e ranhosas! ... São precisas mais escolas, mesmo debaixo dos cajueiros, pondo de lado o complexo e a fobia, apostando forte na tecnologia, procurando um Universo de outros Sois, porque todos os que não morreram são Heróis!!

                                                                                                                 MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                     A DISCOTECA DA TERRA




Na Discoteca da terra, aqui no sopé da Serra, onde a paisagem é a mais bela, vi uma moça dançando, ao ritmo da música chorando, tão infeliz estava ela! Lia-se no seu meigo olhar, a tristeza, a decepção e talvez até o pavor... Qual" vulcão em extinção"ou as cinzas de um grande amor? Naqueles olhos de beleza, viam-se enormes olheiras, que disfarçava com brincadeiras, simulando ter alegria, dizia o que não sentia, com a mágoa a aflorar, aquele meigo e triste olhar! Aqui no sopé da Serra, esta jovem cá da terra, sente agora a vida mais dura, ela pensa até não ter cura o grande cisma do amor. Porque o fogo do ciume, arde bem mais forte que o lume!!

                                                                                                     MÁRIO DE OLIVEIRA




                                                           O MAIS ALTO DEGRAU



Antes ele vagueava por montes e alqueves, foi considerado por muitos um maltrapilho, andou ao "fanico"(pelo comes e bebes). Mais tarde, depois de vir de África, passou a alimentar-se faustosamente, passou a vestir bem, orientado agora por um" novo trilho". Noutros tempos, era visto a deambular, por vales riachos e talvegues, dias inteiros pastoreando as cabras e as ovelhas. Muitas vezes era confundido com os pinheiros e dormia num velho casebre com poucas telhas. Mas um dia o maltrapilho, aventurou-se no desconhecido, foi trabalhar para África, que ainda não era estrangeiro e do pouco ou quase nada, apareceu de repente com tanto dinheiro. De servil e modesto maltrapilho, este trabalhador, criou em poucos anos o estatuto de (Comendador!) Ou seja; de tarefeiro passou a patrão, calculando bem tudo o que pagava, lutando pela fortuna de noite e de dia e quando em dinheiro recebia, todo o seu corpo tremia! Chegou a comportar-se como um verdadeiro magnata, sempre aprumadinho de fato e gravata, recebeu e fez muitos favores, perdeu e também ganhou alguns "amores"! Há muitos que dizem após a sua morte que ele era mau, mas o que ninguém duvida, é que ele com a ajuda dos diamantes; chegou ao mais "alto degrau"!!


Obs. Este trabalho foi escrito em Julho de 2006, na cidade de Pombal, é pura ficção, pelo que os leitores, não devem fazer qualquer analogia com a realidade.

                                                                                                MÁRIO DE OLIVEIRA

11/27/2015






                                                           AS MAGIAS DA LUA




Ao olhar para a Lua eu sonho contigo, num cantinho da Lua é o nosso abrigo. Ai Lua dos sonhos, Lua dos enganos, de sonhos risonhos e de amores tiranos! Ó Lua Ó Lua, ainda tens magia, promessas à Lua eu dantes fazia. Como é bom pedir coisinhas à Lua e que lindo é ouvir. Amo-te sou tua! Já fomos à Lua e voltamos à Terra, eu penso na Lua lá da tua terra! Ó Lua Ó Lua, ainda tens magia e promessas à Lua eu dantes fazia. Sem o brilho do Sol, o Céu não tem Lua e eu fico sem controle se te vejo nua(...) Ó Lua bendita que tens tantos segredos e se alguém acredita acabam-se os medos! Ó Lua ´Ó Lua, ainda tens magia, promessas à Lua eu dantes fazia!!

                                                                                                        MÁRIO DE OLIVEIRA




                                                                    É O FIM



Tudo o que faz parte desta bela Natureza, me dá a certeza do completo como nunca vi, o equilíbrio natural é tão real e com tamanha justeza, que os ciclos são perfeitos... Desde o principio ao fim! É o principio determinante, do existir e desaparecer, que me colocam algumas incógnitas, mas também certezas. É uma grande verdade, que a terra tudo nos dá, mas torna a comer. A grande incógnita e saber, se tudo morre mesmo ao morrer!... Eu penso que, por aqui andamos nas (trevas) procurando a Luz, com a cobiça nos olhos, almejando o alheio! Neste Mundo que é tão lindo e que tornamos tão feio... Assim eu pergunto ao Céu... Pergunto também às Parcas, que vão dobando o fio da minha vida. A pergunta  não é  simples! Eu me quedo para escutar a sentença... Recusando-me às vezes ao sim! Mas na verdade, eu apenas me quero recusar ao FIM!!

                                                                                            MÁRIO DE OLIVEIRA





                                  OS MAIS LINDOS OLHOS QUE ALGUM DIA VI




Hoje que os teus lindos olhos eu não vi, por aqui os meus choram de tristeza, estão tristes, com saudades de ti, flor linda de jasmim! Tu és Nobreza!! Tu és para mim a "feiticeira" e a grande Saga, és também a "Luz" e o grande tormento, és a "Luz"viva que no meu peito nunca se apaga, tu és Realeza que governas o meu pensamento!! Foi naquela tarde bonita de inverno, que os nossos olhares se cruzaram e me sorristes, foi mesmo nesse dia que teve inicio este "inferno"! Neste inferno de amor proibido eu vou ardendo e milhares de quilómetros de estradas eu percorro e em troca de um simples olhar teu eu "morro"!!
                                                                                                     MÁRIO DE OLIVEIRA




                                                            A POMBA DA CIDADE


Eu sou uma "Pomba" ousada cá da minha Cidade... Sou um "Pomba" diferente, tão objectiva como atrevida. Voando lá do alto eu vejo, quase tudo, à minha livre vontade! Vejo o que está bem feito e o 
que está errado !   Na verdade, muitas vezes o que vejo, me deixa apreensiva e comovida! Eu por mim, penso assim: A criticar também ajudamos a governar e damos vida. Às vezes sou mal acolhida, na minha difícil Missão e o que por aí vejo, me deixa constrangida e perturbada, na maior confusão! Neste Concelho de Pombal, sobrevoei as mais vastas paisagens, de rico e peculiar casario, com campos agrícolas pinheirais e baldios. Cansada, poisei e repousei, nas Ameias do nosso Castelo, ali chorei e aspirei por um Pombal ainda mais belo! Tornei a voar e agora sequiosa poisei e fui beber num rio outrora poluído que agora já tem vida. Levantei voo outra vez e resolvi poisar na Serra da Sicó. Quando ali cheguei, deparei com um projecto quase votado ao abandono e vislumbrei o meu Pombal, com pena e mesmo com dó!... Este é o Pombal, que aos poucos se acomoda, que vai dormitando na rotina, que vai estando numa espécie de letargia e assim vai ficando aos poucos sem alegria! Eu a Pomba da nossa Cidade, ainda me lembro dos projectos, da Circular Rodovia e do pinheiro" manso " a envolver a Urbe. Serão ideias e projectos postos ao abandono? Ai! Meu Pombal, pareces prestes a mergulhar num profundo e demorado sono! Ali na Serra da Sicó eu meditei e recordei alguém com saudade, um grande homem, um mentor, um incansável politico e trabalhador de obras inacabadas! Alguém que Deus Lá tem!! Que foi exemplo de verdade, alguém de férrea vontade,  um Líder natural, de tantas Obras projectadas! Tornei a levantar voo e continuei por aí, na minha Missão tão nobre, que é de Fé, de concórdia e de paz. Quando dei por mim, já tinha poisado num lindo jardim! Num jardim de (Tílias), sobre a estátua de um homem tão capaz! Daquele homem, que enfim, a todos os pobres sabia sempre dizer SIM!!

Nota. Homenagem ao Homem e ao Político: Engenheiro Guilherme Santos, ex-Presidente da Câmara           Municipal de Pombal.

                                                                                                       MÁRIO DE OLIVEIRA

11/26/2015






                                     O MEU AUTOMÓVEL COMPANHEIRO DE SOLIDÃO




Foram à volta de nove mil e quinhentas horas, que juntos percorremos as maiores distancias, afasta-mo-nos definitivamente e agora, por força imprevisível das circunstancias(...) Tens sido o meu grande e fiel amigo, talvez até mais que meu irmão. Além de grande confidente, também fostes meu abrigo, seguro companheiro de conquistas e de solidão! Meu (carro) amigo, meu querido companheiro e confidente, eu te recordarei com saudade para sempre!! Tu meu amigo guarda bem, para a eternidade os nossos segredos e nunca reveles a ninguém os meus medos. Quem te fala com o "coração" não mente, com estas lágrimas me despeço de ti, meu querido amigo e confidente!!

                                                                                                     MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                      O HABITO FAZ O MONGE




Um certo dia com (sofisma), eu comecei a coxear, aconteceu que essa (cisma), deu para eu me habituar! Com gagos eu convivi, com guerrilheiros guerreei, com sábios eu aprendi e sem medos gaguejei. Eu convivi com ladrões, mas o habito recusei, acompanhei com rufiões e pelo Bairro Alto andei. Dos maus hábitos sei fugir e das coisas ruins, malvadas. Sempre pronto a resistir, mas já caí em ciladas!

                                                                                                            MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                     QUINZE MINUTOS DE AMOR




Hoje adiantei o meu relógio, apenas um quarto de hora, se fiz bem ou mal não sei, o que eu sei è que chorei, porque um apaixonado chora! Quando chegar o meu fim, com o meu tempo acabado, quero estar juntinho a ti e um quarto de hora é vital, para te ter a meu lado!! Nesse curto espaço de tempo, entre outras coisas te quero dizer, que irei desaparecer e com saudades me irei embora. Foi uma vida a amar e a sofrer à espera de um quarto de hora!!

                                                                                                    MÁRIO DE OLIVEIRA



                                                         A LUA CHEIA DE AGOSTO



Embrenhado no nevoeiro, banhado pela luz diáfana, parecia não ser Lua Cheia, a Lua Cheia de Agosto, que beijava em cheio aquele rosto. Soprava uma leve brisa, como que a soprar-lhe o desgosto e até as árvores choraram, algumas gotas de orvalho, choraram sobre aquele rosto! Da cama correu para a rua, num desejo de fugir e só o ar fresco da noite aos poucos o acalmava. Sonhava ele que sonhava!! Foi assim em conflito, cheio de medos e segredos, que ele abafou um grande grito, sonhando que acordava, daquele sonho que o torturava. Com as ideias em turbilhão, na quietude da madrugada, ouviu o ladrar de um cão, como que o toque de um clarim e uma voz baixinho assim...Retrocede ( Alma danada ) ... (encontra o arrependimento)...Ou ladra se queres como um cão... Tudo é tudo e tudo é nada... Estás a tempo de perdão! Todo ensopado de suor, no seu leito de tortura, acordando em sobressalto, daquele sonho à realidade. Afinal foi pesade-lo que parecia ser verdade!!

                                                                                                MÁRIO DE OLIVEIRA



                                                      ÁFRICA E MÉDIO ORIENTE



Já houve prosperidade em toda a África Austral, Angola  foi terra farta e em Moçambique era igual. Hoje resta-me a saudade daquele cenário de beleza, lá instalaram a maldade e um baluarte de Pobreza! É triste mas é verdade e eu descrevo o que vejo, também por cá há maldade e carências no Alentejo (...) São piores que degradantes, vergonhosas e violentas, as imagens que se vêm, nos jornais e na televisão. São imagens de morte lenta, que muita gente lamenta! Eu, as olho com tristeza: ...Criancinhas inocentes...De grandes ventres inchados...Subnutridas e doentes...Pobres seres abandonados!! As grandes potencias não querem, acabar com os conflitos. Na Síria e na Líbia há muitos gritos e um clima de terror, onde reina o desamor e o povo fica sem tecto, onde o êxodo é uma realidade em busca da Liberdade. São guerras injustas e fratricidas, porque há negócios de permeio, contrários aos justos anseios, destes povos sem comida! Fica escrito o meu desejo... Que depressa a guerra acabe... E que o capitulo que se abre... Seja diferente ao que encerra... Com novos métodos quem sabe? Ponham fim à fome e à guerra!!

                                                                                                  MÁRIO DE OLIVEIRA
  




                                                     O HOMEM E O SEU VALOR




Frequentemente se afirma que o Homem tem o seu valor e como tal o seu preço. Eu nunca encontro a solução, na minha avaliação, é muito ou pouco o que ofereço? Porque o Homem diz e se desdiz, ele se acomoda ao conforto... Seja ele feliz ou infeliz, valerá mais vivo ou morto? Ele vive aparentando caridade, escondendo a mentira e a verdade! E quantas vezes o Homem se cala, quando ao seu lado a mentira "fala"? Mas o Homem é tão inesperado, tão imprevisivel , astuto, inteligente, calculista e abrupto. Mesmo assim, eu acredito que ele ama mais do que odeia, sendo que é, tão pequeno e diminuto, mais pequeno ainda, que um simples grão de areia!!

                                                                                          MÁRIO DE OLIVEIRA

11/25/2015





                                                   UM ZERO "ABAIXO DE CÃO"




Num convívio de Valentes e eu na mesa da Imprensa, dei razão a alguns ausentes, que me negaram a presença. Vi troca de galanteios, de elogios e Louvores, porque alguém dispôs dos meios, para destaque de uns "Senhores"(...) "Um pouco abaixo de cão", me tratou um "camarada", mas comemos do mesmo pão! "Cachorros da mesma ninhada"? Ele tem um futuro dourado e é verde o seu pensamento. É ovelha em pobre prado e vi algum constrangimento. Houve alegria a valer, mas não há bela sem senão. Há sempre os que querem ser, " um zero abaixo de cão"!! A comida era saborosa bem melhor era a bebida, vi uma "ovelha ranhosa"e mordeu-me um cão à saída! Óh alusivo azulejo, que guardarei com carinho, porque é nele que eu me revejo, ponto de honra! Meu caminho!!

                                                                                                         MÁRIO DE OLIVEIRA







                                                           GRITOS DE DOR




Num avanço resoluto, como soldados em batalha, toda a gente envolta em luto e um amigo na "mortalha."! Olhei melhor em redor e chorei impressionado, gritava um filho de dor, gritando pelo pai amado! De semblante cansado, pelos amigos amparado, lá ia gritando bem alto, a caminho do cemitério, no silêncio daquele pinhal, pondo os pássaros em sobressalto, na trágica manhã outonal!
Havia tantas coisas por dizer e mensagens por decifrar, nos choros e ais de sofrer, a um pai que fez chorar!!

                                                                                               MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                          SONHOS SONHADOS



Como é bom sonhar cantar e dançar de alegria, num jardim inventado com música a tocar, acordar feliz em auroras de fantasias." Abraçando e beijando as Estrelas em noites de luar"! Mas nem sempre a lógica e a razão têm razão: Eu penso às vezes, que até os sonhos de tanto sonhados ficam cansados e só elas as Estrelas, nos podem dar a orientação. Todos aqueles, que teimosamente vão sonhando, só concretizarão os verdadeiros sonhos, amando! Às vezes temos sonhos que são de Fé, ainda sonhos esfarrapados de esperança! Sonhos sonhados acordados, tantas vezes pintados cor de rosa. Sonhos tão lindos, que de tanto sonhados, vão ficando cada vez mais desgastados. Sonhos de vida, de luta e de glória, da vitória que nem sempre se alcança! Sonhos idos, sonhados em tempos de criança, são sonhos perfumados, perfumando os nossos sentidos. Sonhos que são tão vividos, como sofridos! Às vezes são sonhos partidos aos bocados, que vão nascendo e aos poucos morrem dentro nós. São sonhos que muitas vezes, nos levam sem querer à realidade. Sonhos que são de esperança e de vida, sonhados em jardins de fantasia, com o doce perfume do amor e da alegria!!

                                                                                                              MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                  O AMOR É UMA FLOR DO MEU JARDIM


Eu agora quero viver, para ganhar tudo o que perdi. Passarei assim, a apostar no tudo ou nada. Vou tratar o amor, como trato a flor do meu jardim, tentarei fazer da vida, a melodia de uma balada! Creio que não irei esquecer tão cedo o que perdi, por pouco perdia tudo numa só jogada, irei agora viver mais devagar que até aqui e continuarei a arriscar no tudo ou nada! Vou ignorar em certos casos a quantidade, quero é ser feliz aqui ou em qualquer lado, vou preferir o pouco se tiver muita qualidade,
o que importa mesmo é, amar muito e ser amado!! Tentarei jogar, fora de mim toda a maldade, porque tudo se consegue sem ódio e sem cobiça, irei viver sim, com muita Fé, partilhando a amizade e comungando mais dos grandes princípios da Justiça!

                                                                                             MÁRIO DE OLIVEIRA

11/24/2015






                                                        CAMPEÕES DA COBARDIA



O homem falso tem por lema a cobardia, a fingir consegue ser um bom artista, ele não arrisca por cautela ou por fobia, mesmo tendo a vitória ali bem à vista (...) Cobarde é aquele que nos diz não, sabendo que nos esconde a verdade, está mesmo pronto a nos apertar a mão , fingindo por nós uma grande amizade. Assim o cobarde vai explorando a fraqueza alheia, é mentiroso e nunca arrisca por medo, com argúcia, como a aranha vai tecendo a teia, um homem destes não é capaz de guardar um segredo! Por isso ele gera por interesse facilmente a confusão, é desonesto, falso, ardiloso e mente, é capaz de dizer sim, sabendo ser não, julga-se, diz-se pratico e inteligente. Chega mesmo a praticar a caridade, fala muito de amor, sem ser capaz de amar, tão pouco conhece a verdadeira amizade, finge até ser feliz com vontade de chorar!!

                                                                                            MÁRIO DE OLIVEIRA




                                                         A GRANDE ALIANÇA





Subi ao cimo do Monte, dali tentei ver o Mar, bebi agua fresca na fonte, lá  para os lados de Avelar. Foi grande a satisfação, afirmo eu com alegria, fiz paragem em Ansião, vindo da Sª da Guia. Foi assim eu bem me lembro, havia chuva e calor. Foi em fins do mês de Agosto ou talvez já em Setembro, que nasceu um novo amor! São uns olhos verdes cor de esperança, prontinhos a enfeitiçar, que firam a grande Aliança entre a Serra e o Mar!!

Nota. Este pequeno, grande Poema, foi inspirado e escrito na Cidade de Pombal, no ano de 2009            A   Musa   inspiradora é a Dina Ascenção, minha actual esposa e mãe do nosso filho Simão.

                                                                                                       MÁRIO DE OLIVEIRA  
                                                            O ABANDONO


Vejo um "pomar" abandonado, com tantas " ervas daninhas, "vejo um passado com passado e coisas belas que eram minhas. Vejo-as agora tão vulgarizadas, dadas que estão ao abandono, que cansadas de serem amadas e algumas delas coitadas, até fazem lembrar " cão sem dono"! Eram frescas, bonitas e só minhas, naquele "pomar "que era meu, vejo muitas" ervas daninhas", belo "pomar" que não morreu. Eu digo que o amor cansa, quando acaba a confiança! Refiro-me às "ervas malvadas", que proliferam descuidadas!!" Eu aperto a vida na mão" e a minha "fortuna sou eu";Sou vingança e sou perdão, eu sou "um Pomar que não morreu"! Porque tenho o ( dom dos Iluminados ) e o passado é uma quimera, tenho o ( Sol dos abandonados ) e está para breve a "primavera". Sei que a vida é uma ilusão, eu vou pedindo quanto basta, mas eu creio ser maldição, tudo o que amo se afasta!!

                                                                                                     MÁRIO DE OLIVEIRA
                                                                      FELIZ NATAL


Feliz Natal, diferente, no bem-estar e no prazer. Por ser o Natal do Renascer e de uma nova Luz!! Para alguns será por certo o desânimo, o anoitecer! Mas para muitos será, um ( Novo Amanhecer)
com mais animo e muita Fé em Jesus!! Eu já pensei o que farei no dia de Natal. Irei tentar renunciar ao mal, cultivando no meu coração e na minha vida, a partilha e o amor. O amor Universal!
Visitarei alguns Lares e Centros dia da terceira Idade, a Prisão e também o Hospital. Esta lágrima que agora chorei, que teimosamente rola no meu rosto, envia-la-hei para o Médio Oriente, para a Líbia, para a Síria e para todos os que fogem da guerra, com muito amor. Já sei o que irei fazer às poucas poupanças, não irei ver o futebol, pouparei o dinheiro da bola e com ele comprarei "Um enorme Bolo-rei "e o partilharei. Mandarei estas "fatias de amor e de solidariedade" para os lutadores da Liberdade, em todo o Mundo, especialmente para Angola! Uma Pomba branca será a minha mensageira, a todo o Universo e especialmente ao Médio-Oriente. Ela irá, na grande Missão de Paz, de alto risco e de audácia! Ela voará em lugar dos mísseis, com um raminho de oliveira no bico,
levando lá a concórdia e a Paz, que já levou antes à Bósnia e à Croácia!!

                                                                                                          Mário de Oliveira

11/23/2015

                                      OS GENOCÍDIOS DO SÉCULO XXI


Actualmente e em pleno Século XXI, o Mundo inteiro assiste, a uma autentica barbárie. Ouvimos notícias de vários pontos do Mundo de, matanças meramente arbitrarias em nome de ( um Deus inexistente). Estes genocídios que não são compreensíveis, sendo contrários aos nossos valores, não sendo o padrão das pessoas civilizadas! Porque razão se matam indiscriminadamente inocentes? Mata-se em nome de seitas religiosas, ou de movimentos separatistas (fanáticos), que assumem a violência extrema, degolando pessoas , criando vídeos desses eventos, fazendo-os circular pelas Televisões com o objectivo de aterrorizar. Após os trágicos acontecimentos de paris, a que eu chamo (6ª feira negra) e que passou a ser o tema obrigatório dos telejornais, o dia 13 de Novembro último, criou a insegurança em toda a Europa. O grande dilema, é encontrar a formula ideal, combatendo o terrorismo e ao mesmo tempo garantir as liberdades do Mundo livre! Não podemos ignorar o medo, mas podemos sim e devemos vence-lo! Em minha opinião, o Mundo livre tem mecanismos que pode e deve colocar no terreno, para evitar estas tragédias.
Se olharmos para a História recente, constatamos facilmente que tem havido muitos conflitos de interesses, políticos, económicos e religiosos. Na 1ª guerra Mundial, em que a França esteve envolvida e os seus Exércitos comandados por Napoleão Bonaparte, também ouve matanças e crueldades, até mesmo em Portugal. Os meus bisavós contavam relatos à lareira; em que os militares franceses entravam mesmo nas nossas habitações, montados nos seus cavalos, violavam as nossas mulheres e abriam as arcas dos cereais e punham os cavalos a comer o que as populações tinham para o seu sustento! A razão porque acontecem as guerras, são sempre as motivações económicas e depois  adquirem uma outra capa que, as vezes se chama religião.
A 2ª guerra Mundial, foi iniciada por um Sr. chamado Adolfo Hitler, de origem Austríaca e que a partir de dada altura dos anos trinta viu o país que passou a comandar, a Alemanha, a" rebentar pelas costuras" devido à falta de mercado para as exportações Alemãs, nomeadamente a Industria do aço. Porquê? Porque a exemplo do que acontece actualmente, são a América, a Inglaterra e a França os detentores das Licenças de Comercialização. Foi esta a motivação de Itler. Contrariamente aquilo que muitos dizem, Adolfo Hitler não queria apanhar o Mundo geograficamente falando, mas sim, colocar no poder presidentes que pusessem em prática as suas políticas, como foi caso do seu Convénio com a Itália , mais concretamente com o seu presidente Mussolini. O mesmo aconteceu com o Japão que, na altura era governado pelo Imperador Yrokito. Toda esta resenha Histórica é para falar do lançamento de duas bombas atómicas que mataram milhares de pessoas, no Japão, nas Cidades de Agazak e de Hiroxima. Toda esta barbárie foi feita em nome da Liberdade, o que significa que foram os interesses estratégicos que estiveram em causa. Hoje, ou seja actualmente, não contam as vidas humanas que são precisas para trocar por alguns barris de crude ou por um punhado de diamantes! Actualmente os interesses estratégicos e as Licenças de Comercialização, continuam nas mãos dos poderosos acima mencionados e agora também da Alemanha depois de unificada e da queda do Muro de Berlim.
Mas as guerras são sempre guerras, tomem elas as feições que tomarem. Elas existem pela ganancia e pelo egoísmo  do ser humano. Têm havido imensos genocídios ao longo dos séculos, ou seja ao longo da História da Humanidade, mas a barbárie actual, está a extravasar todos os limites do inconcebível. Nas ultimas décadas, o Mundo assistiu aos terríveis massacres que o ditador Pinochê mandou executar nos Estádios de futebol, também nas matanças que Mao Tsé Tung mandou fazer na Republica Popular da China. O Mundo sabe que este revolucionário, mentor e executor da guerra de guerrilha, mandou liquidar imensos latifundiários e milhares de opositores ao regime Comunista Maooista e da chamada Revolução Cultural. Falar de tudo isto, passado na América do Norte, na América do Sul, da China, do Japão ou da Europa e até em África, é falar também de tudo aquilo que as religiões têm feito ao longo da História da Humanidade. Porque não falar da Santa Inquisição é falsear os dados de um passado manchado de sangue de milhares e milhares de inocentes, mortos e torturados com requintes de malvadez! Porquê? Porque os sistemas de governação implantados, têm sido sempre e serão egoístas e malvados. Na Santa Inquisição, as pessoas eram queimadas vivas sem qualquer julgamento ou direito a defesa. Quem fazia tudo isto? A religião católica! Mas Deus quando fez o Mundo; A Terra, os Mares, os Rios, as Plantas, os Animais e os Homens, não fez nenhuma religião. Porquê? Porque tudo aquilo que o Homem faz, contem o defeito implícito que o Homem irá carregar sempre com ele! É por isso que as religiões contêm defeitos impossíveis de anular.
Hoje porem, em pleno Século XXI, estamos a assistir por todo o lado, a um (verdadeiro inimigo sem rosto), que comete as maiores barbáries como aquela do passado dia 13 de Novembro em Paris. Morreram neste genocídio cerca de 200 inocentes. Também eles não foram julgados nem condenados por nenhum tribunal. Porquê? A resposta é simples e objectiva: Nada fizeram para morrer!! O mesmo aconteceu há uns anos na Cidade de Madrid, no trágico atentado ferroviário e também uns anos antes no atentado ao Estádio Olímpico e a Aldeia Olímpica de Munique na Alemanha!!
Actualmente e contrariamente ao que acontecia em tempos passados, os alvos em muitos casos já não são militares. A guerra está presente todos dias nas ruas, nos Estádios de futebol, nos Hipermercados, nos Aeroportos, nas Estações Ferroviárias e Rodoviárias, nos Hoteis, nas Igrejas e nas Catedrais. Em
todo o lado estamos sujeitos a múltiplos atentados em nome de um Deus que não existe. Tenho dito!

                                                                                                    MÁRIO DE OLIVEIRA

11/22/2015






                                                          O RICO E O PEDAGOGO



O poeta defende a cultura a razão e o saber e é contras alguns interesses que manipulam o poder(...) Mais vale o (ser que o ter,) diz o Povo e tem razão. Pode-se ser rico ao nascer, sou da mesma opinião!... Eu creio até que as injustiças, avarezas e cobiças, à mistura com palavrões, convivem mais com os milhões!... Afirmo eu sem receio, que o verdadeiro pedagogo, regra geral vem do Povo. Se for um humilde intelectual e porque não compra o "canudo"é mais culto e vertical, por isso só tem (Entrudo e os outros Carnaval) (...) Não sou contra os que muito têm, mas me quero no meio dos sábios, porque os incultos têm "beiços e os intelectuais têm lábios."

                                                                                   
Obs. Este poema faz parte da Colectânea Poética ( Os Poetas de Pombal) e encontra-se à disposição do público na Biblioteca da Cidade.

                                                                                      MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                AS LEMBRANÇAS DA EMBOSCADA




Na testa da Companhia, nas "picadas" da floresta, exposto ao sol do meio dia, agastado de agonia não me esquecia da véspera! Descobri o inimigo lá no meio das mangueiras, senti ali bem perto o perigo e disse cá para comigo, não vou ter boas maneiras. Ouvi tiros. Havia "festa", reconheci os tiros da (Breda) foi à entrada de Miteda e assim acabava a sesta! Era nova emboscada a valer e logo deixei de escrever, voltei a ser guerrilheiro, cumprindo assim com o meu dever, sem vacilar nem tremer, a guerra estava primeiro. Ouviram-se gritos de alerta, muitos trovões e a chover e o meu instinto desperta, para aquela morte agora certa, foi o Nogueira a morrer!! Ainda hoje guardo em mim, o horror daquele dia e só Deus sabe o que senti, a morte ali junto a mim e uma guerra que eu não queria!!

                                                                              MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                      O HOSPEDE DO CONTENTOR





Vestindo Calça de ganga, toda suja e já coçada, impassível ele não se zanga e já nem se alegra com nada. Teria talvez noventa anos, mais cinco ou menos dez, da vida os desencantos! e uns sapatos velhos nos pés! A camisola já sem cor, esburacada e surrada, remexia o contentor, em busca de quase nada. Procurando qualquer resto, roupa velha fruta ou pão, ia metendo no cesto com gestos de satisfação... Um sujeito bem vestido, que de lado fugia ao odor do contentor, disse num gesto ofendido (larga o lixo meu estupor). Foi então, que levei as mãos ao meu rosto e senti um nó na garganta; chorei tanto de desgosto! Chorava como quem canta!! Vós leitores, que sois filhos irmãos e pais e se comungais da minha dor e com desprezo hospedais, o nosso irmão num contentor!!

                                                                                         MÁRIO DE OLIVEIRA

11/21/2015






                                                       AS GARRAS DO HOMEM




De África à Europa, de Timor à Líbia, à Síria e ao Irão, as "garras do Homem são", mais terríveis que as do leão! Porque o leão só quando faminto, ataca por puro instinto. Mas as " garras do Homem são"
guiadas pela incompreensão...O que vemos no Mundo inteiro, é a luta pelo dinheiro. Na ânsia constante pelo poder, o Homem sofre e faz sofrer! As suas "garras são afiadas", são terríveis e malvadas, são muito piores que as do leão. As "garras do Homem "são, afiadas pela paixão!!


                                                                                                       MÁRIO DE OLIVEIRA







                                                               VENTO DE AMOR




Quem me dera ser o vento e ela a" praia" do meu Mar, tomara eu ser o tempo, ser o Sol a Chuva e o Luar! De certo eu afagaria, aquela fina pele macia e teria assim o prazer, de ama-la sem ninguém ver!
Nas lágrimas de solidão, alegria eu lhe daria. Fazia até da noite dia (...) Ouviria os seus lamentos e lhe sopraria a cantar, um lindo Soneto de amar!!


Obs. Este poema foi escrito no ano de 1987 na Cidade de Leiria e ali inspirado.

                                                                                                  MÁRIO DE OLIVEIRA



                                               DEDICADO AO PEQUENO RODRIGO


Eu sou o pequeno Rodrigo e para quem não me conhece, sou amigo de quem merece e só quando bem se conhece, se reconhece um amigo! Sou filho da Carla Maria e do Pedro de Oliveira, o meu sonho é ser um dia, um jogador de categoria, numa equipa de primeira. De clube eu sou leão, por isso bom companheiro e tenho um bom coração. Não gosto de confusão e o meu lema é, ficar em primeiro! O meu prazer é viajar, ver terras desconhecidas, gosto de colher e dar, em gestos de acariciar, ervas campestres floridas! São lindas flores do campo, que ofereço à minha maezinha, porque é, ela a minha "Rainha,"e a todos eu amo tanto, mas amo demais a madrinha. A pedalar ninguém me apanha, gosto de arroz com feijão preto, como bem quando é picanha, jogo às cartas com "manha"e em brigas nunca me meto. Dizem que tenho a mania e faltas de educação, mas é tudo demagogia, detesto é comida fria, tendo um restaurante ali à mão.


Nota. Qualquer associação de nomes contidos neste poema, é mera ficção ou coincidência, que  nada             tem a ver com a realidade.


                                                                                                MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                              A BELA DESINIBIDA



Ela era ainda muito jovem, alta loira e bonita. Gostei da sua subtiliza, da beleza que irradiava... Ela se bamboleava, com a simplicidade de uma caloira. Tinha uns olhos tão verdes e tão lindos, que até enfeitiçava!... Logo que estacionou o vistoso e luxuoso automóvel, para o bar se dirigiu, sempre muito confiante e sozinha! No bom gosto do seu traje e no gesto que dava ao cigarro, ainda mais se notou, mais se acentuou a sua esbelta linha! Foi então que eu pensei: Te-la para mim seria delirante!! De imediato, senti no meu, o seu olhar de fogo (...) Aquele olhar e daquela maneira, parecia conter o lume de uma fogueira! Deixou-me ainda mais confuso e hesitante! Ela continuou assim, sempre sorrindo para mim. Devorava-me tal como fazia com a tosta mista, que ia trincando com notório apetite. Sorveu delicadamente o suco de laranja e com voz meiga perguntou: És servido? Eu com um nó na garganta, para ali fiquei extasiado, deslumbrado e confundido. De seguida, ela levantou-se, pagou a conta e la se foi embora, com visível ar desiludido!!


                                                                                                  MÁRIO DE OLIVEIRA





                                                                   O ROSTO



Só casario e pinhais vejo eu ao meu redor, mas é de coisas banais que se" constrói" um amor! Vão0 voando as andorinhas, beijando os novos beirais, já vejo abrir janelinhas! Vão chilreando os pardais. Nesta paisagem tão bela, abre-se agora outra janela, aparecendo nela um lindo rosto! Mas que bela esta manhã de Agosto. Sem querer, do meu peito libertei um doce lamento, um beijo de amor lhe e o mandei com o vento!!


Nota. Este poema foi escrito e inspirado na Cidade de Leiria, na Primavera de 1987.

                                                                                                           MÁRIO DE OLIVEIRA