UNS MAIS IGUAIS QUE OUTROS
Hoje apetece-me falar dessa grande (chaga social) designado racismo, preconceito e de outros tipos de descriminação social, que por si só, constituem formas mais ou menos frontais que vão levando as vítimas ao mau estar, provocando-lhes lesões psicológicas, muitas vezes irreversíveis e causadoras de traumas irreparáveis.
Todos temos o direito à diferença e à felicidade, na base da harmonia, do bem estar e em tudo aquilo que a nossa Constituição preconiza como bom e aceitável para todos os cidadãos.
Mas existem muitos tipos de racismo, de indiferença. Seja a que é exercida de brancos para negros ou vice-versa ou outras manifestações de carácter xenófobo. Falando de preconceito, que não sendo necessariamente racismo, mas cujos contornos são semelhantes. Para que os leitores entendam melhor, irei falar-vos de uma passagem de vida que conheço em proximidade.
Alguém com vinte oito anos mais nova se ligou amorosamente por laços Espirituais a outro alguém e de cuja relação resultou o nascimento de uma criança. Esta criança que não pediu a ninguém para nascer, tem o direito de viver e crescer feliz como outra criança qualquer! Embora tenham escolhido uma região rural para viver, nem sempre têm sido compreendidos, tendo sido vítimas de vários episódios de carácter preconceituoso. É evidente que este tipo de comportamento, deixa as pessoas tristes, levando-as a evitar exposições prolongadas em locais e eventos de interesse comunitário.
A vida a todos pertence e o modo de viver, cabe a cada um escolher. Importa que nas nossas relações inter pessoais, haja honestidade, frontalidade, lealdade, educação, carácter e cidadania. É tempo de ir acabando com os graves comportamentos raciais e de preconceitos.
Mas este "cancro", é um problema estrutural e tem de ser tratado a nível do Ensino Público Escolar, privado e familiar. Porque sendo como é uma (chaga social) se reveste de enorme interesse, por desassossegar a maior parte da nossa Sociedade.
São por demais conhecidos os preconceitos entre ricos e pobres, os focos de racismo entre indivíduos com pigmentações de pele diferentes, ou preconceito entre Credos Religiosos, entre jovens e idosos, entre profissões e até mesmo entre agentes de autoridade.
Há ainda o complexo preconceituoso das marcas registadas e do uso das mesmas como ostentação, diferenciação e afirmação. Especialmente nas Escolas, as nossas crianças são frequentemente estigmatizadas, porque não vestem roupas de marca e aquelas que as vestem e usam calçado diferenciado, julgam-se superiores às outras.
Existe ainda um outro tipo de preconceito, que tem a ver com os criminosos julgados pelos Tribunais e que, após o cumprimento das penas a que foram sujeitos, nunca mais são vistos pela Sociedade como cidadãos normais. Mesmo que detentores dos seus direitos cívicos, são sempre marginalizados para o resto das suas vidas. A Sociedade em si, não encontrou ainda formas de integração destes homens e mulheres. Essas pessoas têm de ter uma nova oportunidade em liberdade e o Estado vai ter de assumir o futuro da vida dessa gente. Caso contrário, temos pessoas que foram condenadas em cinco ou dez anos de cadeia, que na prática é como se fosse prisão perpétua, já que ninguém mais lhes dá trabalho sendo sempre olhados de lado como se fossem detentores de alguma doença. É certo que ninguém quer ver na sua Empresa alguém que é ex-presidiário.
Afinal eu pergunto a quem de direito: É esta a Sociedade que queremos para os nossos filhos? Garanto-vos que esta é uma Sociedade fazedora de marginais, fundamentada em elites. As elites a que me refiro, estão naturalmente ligadas aos poderes instituídos, com ligação profunda à corrupção e ao capital. Esse capital, normalmente não está nas mãos de quem realmente o produziu, mas sim, nas mãos de quem detém os meios ao seu dispor.
O Padre António Vieira, no seu famoso discurso aos "peixes"perguntava, quantos peixes pequenos eram precisos para alimentar um grande. O mesmo queria significar, quantos pobres eram precisos para manter um rico. Eu defendo uma Sociedade com ricos e com pobres. Onde os pobres servem os ricos e estes servem os pobres, numa base de respeito mutuo e de equidade, onde os dividendos devem ser em função do trabalho, da responsabilidade e até do investimento. Para conseguir uma Sociedade mais justa, deve-se investir na educação, a fim de sufocar a imensa chaga Social, do racismo do preconceito, proporcionando aos nossos jovens futuramente, padrões de vida diferentes, para que as Sociedades vindouras, sejam mais justas e equilibradas. Tenho dito,
MÁRIO DE OLIVEIRA
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