1/14/2016

                                                               

                                                 FALANDO COM O MENINO JESUS


     Hoje ao passear a pé pela minha cidade, senti esta enorme inspiração para escrever, deixei-me recuar no tempo à vontade, aos tempos idos da minha mocidade, em que o Natal era algo mais que comer e beber! Mas tal como hoje também se comia e bebia. Havia filhoses, figos secos, nozes, pinhões e rabanadas. Porque melhor que tudo, sentia-se muita alegria, o sentimento do Natal envolvia-nos noutra magia, na quentura das lareiras ouviam-se contos de fadas! O Natal era realmente um dia e uma noite diferente, as iguarias eram tantas e tão variadas, à meia-noite comia-se o bacalhau e as couves ferventadas, o café da púcara era servido em xícaras a toda a gente e o sapatinho na lareira, aguardava a Mágica chegada!!! O Menino Jesus, era naquele tempo a grande Magia, agora as crianças esperam ansiosas o Pai-Natal, as Festas continuam a ser vividas com a mesma alegria, mas há muito menos magia naquilo que é essencial. Nestes novos tempos, é visto de maneira diferente o bem contra o mal, em tempos idos, a família tinha muito mais valor, a quadra do Natal tinha muito mais fantasia. Não havia tanto desemprego, embora o trabalho fosse ao frio e ao calor, eram os campos aráveis cultivados com muito zelo e amor. Hoje os cânticos de Natal contêm novas letras e outras melodias! A Missa do Galo contém agora contornos de nova realidade, era rezada em latim e agora em português, há outra concepção de amor e de amizade entre filhos e pais, os velhinhos são literalmente despejados para os Lares Sociais e assim se ignoram os sentimentos e   as vezes os filhos já nem pagam as facturas mensais.

                                                                                                           MÁRIO DE OLIVEIRA


Obs: Este artigo de opinião foi escrito no Natal de 2014.

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