10/31/2015

                                                                         


                                                  O DIABO TAMBÉM VAI À MISSA



Este trabalho que aqui vou reeditar, foi editado no JORNAL CORREIO DE POMBAL no ano 2009 e inspirado no dia 01 de Novembro, dia de todos os Santos. O texto integral é o seguinte:

     No presente artigo de opinião, é minha intenção levar ao domínio público o que se passou no passado domingo, dia 01 de Novembro de 2009.
     Desloquei-me como habitualmente cheio de fé, a fim de participar na Santa Missa. Ali estive do princípio ao fim, numa manifestação clara de amor Universal incondicional.
     No Convento do Cardal, em Pombal, feliz, por poder participar na Missa de todos os Santos. Um dia diferente e uma Missa diferente para todos os cristãos.
     Ouvi atentamente o sermão e entendi as comparações que o Sr. Padre quis fazer convidando todos os cristãos à NOBRE CAMINHADA DA FÉ CRISTÃ. A certa altura o Douto ia dizendo no bonito sermão que, não há santos de primeira, nem santos de segunda categoria. Concordo plenamente com tal afirmação, por me parecer justa. A determinado momento afirmou que qualquer cristão pode ser santo, já que podemos e devemos descobrir essa santidade dentro de nós.
     No final da Santa Missa eu não queria acreditar nas palavras que estava a ouvir. ( O Sr Padre dizia a toda a Assembleia, que as pessoas que vivem em união de facto, não devem participar nos Sacramentos da Comunhão.) Senti-me tão mal com esta declaração, que o meu dia ficou marcado por este episódio, que colocou o Sr. Padre em contradição com o sermão que tinha "alinhavado"para o evento. (A SANTIDADE ESTÁ DENTRO DE NÓS.) Qualquer cristão pode ser santo!
     Na primeira carta de S. João 2-3 pode ler-se quem é o anticristo. Continuando a Sagrada leitura, podemos constatar o seguinte: (QUEM PROFESSA A SUA FÉ NO FILHO, POSSUI TAMBÉM O PAI).
     Na verdade eu acredito que, todos aqueles que vão à Santa Missa, independentemente de viverem ou não em união de facto, vão movidos pela Fé em Deus. Não deixo pois de ser filho de Deus, pelo facto de viver em união de facto. Eu e todos os que estão nesta situação, senti- mo-nos marginalizados no final da Missa de domingo no Convento do Cardal.
     No domingo de 01, dia de Todos os Santos, eu já levava Deus comigo quando me desloquei à Igreja e Comungar é um gesto ou ato de profundo amor, de paz e lealdade a Deus. Quando o Douto Sr. da Igreja anunciou a sua discordância em ministrar a Sagrada Comunhão a todos aqueles que vivem em união de facto, fez-me logo recuar aos tempos da SANTA INQUISIÇÃO e perguntei-me; até quando os Ministros da Igreja, continuarão com estes conflitos com os seus fieis? A Fé e a Sagrada Comunhão, são actos Sagrados que pertencem a todos os Cristãos e a cada um. Cada Cristão deve ser responsável e responsabilizado pelas acções que pratica e a Fé de cada um é inquestionável.
No dia de Todos os Santos saí de casa em paz e harmonia para a Igreja do Cardal. Quando de lá saí, senti-me frustrado e até indignado!
Há tantas pessoas que conheço na nossa Comunidade que, praticando as maiores barbaridades, apegados à perversão, à falsidade e à luxúria, caminham com desfaçatez todos os domingos para a Sagrada Comunhão. Pela parte que me diz respeito, devo dizer: Pode viver-se em união de facto e viver-se em amor total!
     Com o devido respeito devo dizer-lhe Sr. Padre, é tempo de ir acabando com estes (DOGMAS) ancestrais da Igreja. Como bem sabe, a Igreja somos todos nós. Somos as (PEDRAS VIVAS) que a compõe.
Para finalizar faço apenas uma pergunta a quem de direito: (Quem irá dar a Sagrada Comunhão) aos (FILHOS DOS PADRES,) que proliferam por este país, por esta Europa e pelo mundo inteiro? Tenho dito.


Pombal, 04 de Novembro de 2009

                                                                                         MÁRIO DE OLIVEIRA


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