VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE
Eu sou do tempo em que as pessoas eram muito mais rudes e viviam com enormes dificuldades ! Eu até associava essas carências, à falta de literacia e de cultura. Porem fui mudando de opinião ao longo dos tempos.
A economia das pessoas, era baseada e proveniente do cultivo da terra e da criação de animais, à escala familiar. A lavoura, era feita manualmente, ou seja, a terra era cavada à enxada, ou então à charrua ou "charrueco." com o auxílio de tracção animal.
Nesses tempos difíceis, as pessoas trabalhavam muito e muitas horas. Trabalhava-se desde o nascer do Sol, até o Sol se pôr. Era uma vida de escravidão !
A época a que me refiro, grande parte das pessoas eram muito rudes e violentas. Porém, não se assistia, nem de perto nem de longe, à violência doméstica, que hoje vergonhosamente se assiste. Lembro-me que também se cometiam crimes passionais, mas não era comum, assistirmos a tantas mortes, meramente gratuitas, como hoje se assiste. Desde Janeiro deste ano, 2019 a esta parte já foram assassinadas, à volta de uma dúzia de mulheres.
Este é um fenómeno cada vez mais incompreensível na nossa Sociedade ! As nossas autoridades, todos os dias recolhem ou apreendem, centenas de armas e munições. Mas continuam os assassinatos. Facilmente se conclui, que as pessoas quando resolvem aniquilar alguém, fazem-no mesmo. Com armas de fogo ou sem elas. Lembro apenas que, não são só as armas de fogo que matam; As facas, os paus, as pedras e os ferros, são tudo armas que um assassino tem à mão, onde quer que esteja.
Antigamente as pessoas esperavam pelo dia das Festas da terra, para ajustarem as" contas". Questiúnculas acumuladas, ou questões mal resolvidas, eram acertadas nos locais desses eventos, o mesmo é dizer; Nos Festejos de "carís" religioso-pagão. As zangas e animosidades, eram originadas por questões de partilhas de bens, limitações de terrenos, divisões de aguas ou por marcos arrancados, para confundirem as estremas. Hoje em dia, os terrenos deixaram de ser lucrativos e não compensa fazer zaragata por causa deles.
A vida de hoje é bem diferente da de antigamente. As mulheres aos poucos têm conquistado
É tempo pois de perceber que, ninguém é de ninguém. Nós só somos de alguém quando queremos. A própria liberdade individual, a sua autonomia económica e social. !
As pessoas que vivem em ligação Espiritual, sejam ou não casados, têm um vínculo de afectividade, responsabilidade e de partilha, com aquela pessoa que escolheram para viver !
Torno a dizer que, ninguém é de ninguém e a vida a todos pertence. Há um elemento muito importante, que em certas famílias se perdeu; O respeito, a confiança e o sentido do dever e da honra.! Amar alguém, não significa asfixiar esse alguém! As pessoas têm de ter também o seu espaço, ou seja; momentos exclusivos, para meditarem sobre a sua vida, e ouvindo a voz do silêncio !
Vou terminar este artigo de opinião, fazendo a seguinte pergunta aos leitores do meu blog;
Um individuo, seja homem ou mulher, que sujeita o seu companheiro/a ao ultraje sexual, que carácter e que respeito tem essa pessoa? Amar alguém é também saber respeitar! Tirar partido sexual de alguém, é ultrajar, é diminuir e é afrontar, física e intelectualmente e ainda Espiritualmente, aquele ou aquela, com quem partilhamos a vida e dizemos amar !! Tenho dito,
Mata Mourisca, 01 de Março de 2019
O autor
Mário de Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário