iro
ESTÓRIAS DE CAÇA
Artº de opinião
A estória que vou contar neste artigo de opinião, reveste-se de algum interesse e é no mínimo curiosa e " suigeneres " Zé Cavadas, assim se chamava o protagonista desta e doutras estórias.
Conheci o Senhor Zé Cavadas, há cerca de quarenta e seis anos em Moçambique, na Localidade de Iapala, Província de Nampula. O Senhor Zé Cavadas, era um idoso afável, extrovertido, e um grande contador de estórias. O caricato da presente estória, é que ele contava-as com tamanha convicção como se de realidades se tratasse. Porém eram na maioria grandes mentiras e que todos fingia-mos acreditar. Uma há que retive na memória, que jamais esquecerei e que agora levo ao meu blogue para satisfação dos meus amigos, familiares e admiradores.
Ele contava, que certo dia numa jornada de caça, com uma espingarda artesanal de carregar pela boca, ao passar nas margens de um rio, cuja vegetação eram na maioria salgueiros. Por ter disparado um tiro a uma peça de caça que falhou, precisou de recarregar a espingarda novamente e para seu espanto, tinha perdido a vareta metálica que precisava para recarregar novamente a espingarda. Resolveu o Senhor Zé Cavadas socorrer-se de uma pequena vara de salgueiro para atacar as buchas de um novo tiro. Ao finalizar a operação de tal carregamento, surpreendentemente terá-se levantado uma lebre junto aos seus pés. A sua reação instintiva foi pôr a espingarda à cara e disparar ainda com a vara de salgueiro dentro do cano na direção da lebre. Tendo ficado segundo ele, envolto em fumarada. Desapontado pela falta de sorte e zangado consigo próprio por ter perdido a vareta, voltou para casa com a " grade " que é o mesmo que dizer, sem caça nenhuma.
No ano seguinte, voltou a passar no mesmo lugar e resolveu fazer uma batida junto ao mesmo rio. Ficou então surpreendido pelo que viu ali mesmo na sua frente; segundo a sua versão ali mesmo à frente dos seus olhos, estava o esqueleto de uma lebre atravessado pela vara de salgueiro que tinha inclusive pegado de estaca e formado uma pequena árvore com alguns ramos e folhas. O Senhor Zé Cavadas, contava esta e outras estórias aos amigos, nos quais eu estava incluído. Todos nós sabíamos que eram estórias inventadas por ele e eram inverdades que o deixava hilariante e feliz ! Tirando este jeito bizarro de inventar mentiras, todos nós tínhamos de ouvir com muita atenção e redobrado respeito !! Naquele tempo era comum, ouvir as pessoas idosas, que em relação aos mais novos tinha outro traquejo da vida e experiencias acumuladas.
Finalmente devo dizer que o Senhor Zé Cavadas, teria uns oitenta anos de idade e ninguém ousava dizer que o Senhor Zé Cavadas era um mentiroso . Mas na verdade era !!
Mata Mourisca, 22 de Abril de 2023
O autor
Mário de Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário