TROPAS DE ELITE
Caros leitores e amigos, hoje apeteceu-me escrever este artigo de opinião e vou debruçar-me como indica o título, sobre um tema que me diz respeito e que conheço bem que, são as Tropas de Elite.
Em 1964, tinha eu na altura dezoito, a caminho dos dezanove anos, quando me alistei como voluntário nas Tropas Para-quedistas. Esta Unidade Militar no tempo a que acima me reporto, era designada por Regimento de Caçadores Para-quedistas em Tancos, bem perto de Vila Nova da Barquinha.
Foi naquela Unidade Militar de Elite, que aprendi todas as técnicas de guerrilha e de anti-guerrilha. Aprendi a suportar e a superar a dor física e até psicológica, aprendi também a conhecer todos os meios de orientação, seja com Carta e bússola, pelas Estrelas, pelas árvores e até pelas igrejas. Aprendi também o valor da verdadeira amizade, da camaradagem, da lealdade, da honestidade, da partilha e até o sentido de família ! Sim, porque os Para-quedistas são realmente uma grande família. Aprendi porque me foi incutido, a mística do que é ser um verdadeiro Militar de Elite. Aprendi também que, os Para-quedistas não são mais homens que os demais, mas serão sempre os melhores soldados da Pátria.
É importante a referência aos Chefes Militares da época, em relação aos actuais; No dia 24 domingo do corrente mês, os veteranos Para-quedistas na reserva, supostamente terão " vaiado " e insultado até Suas Excelências o Ministro da Defesa Nacional e o Chefe do Estado Maior do Exercito, respectivamente João Gomes Cravinho e o Sr. General José Nunes da Fonseca. Este episódio deprimente, terá acontecido na Base Militar de São Jacinto em Aveiro. Eu revejo-me na mística e disciplina que sempre norteou a família Para -quedista, mas nunca se pode aprovar determinados comportamentos desrespeitosos que vão por certo denegrir o nome de quem os pratica.
Aos veteranos, terá sido negado ou mesmo proibido, o direito de entoarem os cânticos que são parte integrante da tal mística que foi incutida às Forças Especiais Para-quedistas. O Cântico ( Ó Pátria Mãe ) foi-nos ensinado também por Chefes Militares da época e visavam atingir e moldar a parte psicológica dos Militares.
No meu entendimento, os Cânticos em causa, não prejudicam ninguém. Porém eu entendo que a disciplina e o respeito são ou devem ser apanágio de Cidadania ! O respeito da hierarquia, deve partir sempre da cúpula para a base. Tenho dito,
O autor
Mário de Oliveira
Mata Mourisca, 30 de Outubro de 2021